A Ubisoft a lançar um título original e novo?

Com potencial para grandes duelos entre equipas de 1 a 4 jogadores?

Guerras de facções entre cavaleiros-templários, samurais-ninjas e vikings-vikings?

Combate estilo DarkSouls e estilos de jogo semelhantes a Counter-Strike ou Team Fortress?

Será que é desta que a Ubisoft não vai falhar e ser gananciosa?


NOPE.

Não me levem a mal nem encerrem já esta pequena e triste aba de browser, mas desde que a Ubisoft matou uma das minhas séries de eleição (Prince of Persia) com o intuito de vender Assassins’ Creed que tenho sempre a sensação que qualquer coisa que esta empresa lance será um pequeno movimento de “tirar o leite às vacas até elas estarem secas”.

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“Mas o jogo está assim tão mau?”

– Horácio o Incrédulo

Não. É precisamente isso que me enerva profundamente.

O jogo está bom, o combate é fluido, as 9 classes pareceram-me balanceadas  no sentido em que levei uma tareia descomunal de cada uma delas, procedendo depois a sentir-me inútil quando as escolhia, portanto sim, tudo no sítio.

Os samurais como esperado são esguios e meios ninja.



Entre os três a jogabilidade pareceu-me bastante semelhante, não levar na boca e aproveitar a primeira falha do adversário para lhe espetar uma katana ou uma lança no abdómen.

Seguidamente os cavaleiros são especialmente difíceis de derrotar rapidamente.


 

 

 

 

 

 

 

Muito baseados na mecânica de Parry, uma espécie de contra-ataque temporizado demasiado bem para eu conseguir executar decentemente no calor da batalha. Especialmente quando já estou a carregar nos botões todos, mas que também me pareceu interessante. O Conqueror e Warden são bastante rijos porque a modos que têm uma armadura vestida e a Peacekeeper não pára quieta, tornando extremamente penoso conseguir chegar perto dela sem sermos nós o alvo de uma tripla facada no já referido abdómen.

Por último as três classes de Vikings que dão corpo ao que eu chamo o “Full Davai” que em algumas partes de Portugal se traduziria por  “Bota p’ra frente que é caminho”.

 

 

 

 

 

 

 

Desde os tempos de passar o dia a olhar para o chão na praxe que não me sentia tão conhecedor de todos os centímetros quadrados de chão como agora. Quando virem estes senhores a gritarem e a correrem na vossa direcção saiam da frente, perdi a conta a quantas vezes fui agarrado/cabeceado/pontapeado até ao fim de uma ravina que poderia ou não terminar numa paliçada.

Em cada partida teríamos estas nove personagens à escolha para decidir o destino da batalha, pois independentemente do modo de jogo ou facção pela qual lutámos estavam já todas desbloqueadas.

Os modos de jogo variavam entre várias combinações de Duelos até à morte, existindo também um modo Dominion de 4vs4, com três pontos de controlo no mapa, que aumentavam a reputação de cada equipa conforme o tempo que fossem controlados. Se uma equipa conseguisse ter 1000 de reputação os jogadores da equipa adversária perdiam a opção de renascer após serem derrotados.

Este Dominion tinha um pormenor engraçado muito comum nos MOBAs, o ponto de controlo central estava sempre em disputa por ondas de soldados controlados pelo jogo, tendo os jogadores que derrotar o maior número que conseguirem para irem ganhando território até por fim controlarem o ponto.

No fim do jogo, recebemos uma skin ou equipamento aleatório dependendo da nossa sorte e caso sejamos vitoriosos um punhado de “War Assets” para tentarmos defender ou capturar um território no que eu achei a parte mais interessante de For Honor: a Faction War.

Várias vezes ao longo do dia é reiniciado um contador que avisa todos os jogadores de For Honor da duração do próximo round. Eles têm então que fazer o maior número de partidas para ganhar War Assets e alocá-los inteligentemente de maneira a que a sua facção conquiste o maior número possível de territórios sem abrir mão dos que já possui. No fim de todas as rondas o mapa é trancado e os jogadores da facção com mais território recebem prémios e honra, não fosse esse o nome do jogo.

“Então os gráficos são bons e o jogo está bem optimizado, gostaste do gameplay, achas o jogo balanceado, até curtiste a mecânica de persistência e não estás a falar maravilhas do jogo?”

Ainda o Horácio

Meus amigos, não guardei o melhor para o fim.

Lembram-se de quando falei da Ubisoft? De que estava a tentar que desta vez me fizessem voltar a aguardar um título deles com a mesma vontade que os últimos Prince of Persia? (RIP)?

Bem, desta vez decidiram poupar em servidores, exatamente isso que estão a pensar, o jogo é P2P (peer to peer).  Quero eu dizer com isto que sempre que se inicia um jogo, um dos jogadores será uma espécie de servidor e todos os outros serão os clientes.

Logo por aí já temos a falha óbvia, num jogo que é imensamente baseado em acções e reacções rápidas aos adversários, o jogador que for o servidor terá sempre a vantagem de ter literalmente 0 milissegundos de tempo de resposta.

Outra situação engraçada é que se esse jogador está com uma ligação fraca todos os outros vão ter de esperar uma pequena pausa enquanto o jogo corrige ou troca o servidor ou seja lá que magia negra eles têm lá no código.

gaming honor PvP

Isto é um elemento que se aceitaria num jogo gratuito, isto e a já incluída progressão de personagens, onde temos que desbloquear as skills conforme vamos jogando, ou pagar 5€ para desbloquear tudo. Não esquecendo também a lojinha de cosméticos onde podemos afundar ainda mais dinheiro.

Mas isto não me incomodaria, vários jogos gratuitos de empresas pequenas utilizam esta maneira para se manterem rentáveis e vivos durante mais tempo.

Mas não quando o jogo custa a módica quantia de :

60€ pelo jogo + 40€ pelo season pass.

Não sei de onde veio esta moda de partir os jogos em fatias para parecer mais, mas quando pago 60€ por um jogo não espero que me cobrem mais 40€ para ter o resto do conteúdo necessário ao gameplay (pelo que apurei o season pass para além de cosméticos inclui “6 all-new warriors + early acess to new content” . Não bastando isto ainda tenho que jogar massivamente para desbloquear todas as habilidades das minhas personagens se não quiser pagar mais uns trocos. Não bastando o que ainda não bastou, todos os cosméticos são largados aleatoriamente, senão olha, vai gastar uns trocos na loja.

Fico a aguardar por uma oportunidade de experimentar a campanha (não estava disponível na beta) e de uma descida de preço para voltar a dar uma hipótese a este título, que me deixa aquele sentimento de que há aqui algo bom, mas o departamento de marketing mandou mais do que devia (estou a lembrar-me de ti Pokemon Go).