Perdidos e Machados #19

Boas tardes meus queridos alunos,

Como estão, é com grande pesar que vejo o ano chegar ao fim, não é hoje mas já não faltam muitas aulas até ao final do ano lectivo. Vamos ser sinceros… com o calor aí, quem é que quer ficar numa sala de aula?

Vamos ao pedido de hoje?

Professor,

Há muitos anos que sou jogador, desde as aventuras fantásticas em livro que sou fã de RPG, dos tabuleiros aos informáticos. Quando era mais jovem gostava de que tinha um vampiro. Era em visão de primeira pessoa e tínhamos uma party, não era só um personagem.

Também me lembro que havia uma cartomante de busto saliente que era quem nos guiava no início quando criávamos o personagem inicial.

Sabe qual é o jogo?

Obrigado

M.M.

Bem… um pedido com vampiros. E não são dos que brilham! Que tecnicamente não são vampiros para mim, mas isso são contas de outro rosário.

O vampiro, provavelmente derivado do eslávico Vampir é uma criatura fascinante, muito mais que o Zombie e é pouco utilizada nos videojogos. Mesmo no cinema e televisão é mal aproveitado, mas estamos aqui hoje para falar de jogos. E quando falaste de RPG de tabuleiros e em computador com vampiros em visão de primeira pessoa tive que controlar o meu entusiasmo porque pensei que ias levar-me a Vampire: The Masquerade –  Bloodlines. Quando disseste que era com uma party, estragou tudo.

Caso não saibam, vindo da White Wolf Publishing, Vampire: The Masquerade é dos mais famosos RPG do mundo, no qual os personagens são todos vampiros escondidos na sociedade com uma hierarquia altamente complexa dentro e fora dos 13 clãs principais que a compõe. Dos livros aos live action-role play, e passando por uma péssima série TV nos anos 90, consegue ter milhões de fãs a nível mundial. Estranhamente apenas dois jogos vídeo foram feitos, Redemption e Bloodlines em 2000 e 2004, e apesar de nenhum deles ter sido bem recebido, especialmente o segundo devido a problemas de produção, continua a ter a minha vampira favorita de todos os tempos: a Jeanette!

Masquerade

Mas agora vamos ao teu jogo, ainda procurei vários campos mas acabei por encontrar dois que provavelmente são o que procuras. Ravenloft: Strahd’s Possession e a sua sequela Ravenloft: Stone Prophet (a colecção completa está à venda aqui). Baseados no universo Ravenloft da Wizards of the West Coast e usando as velhinhas regras D&D 2ª Edição, os jogos lançados em 1994/95 são aventuras num ambiente gótico, um pouco longe do habitual em D&D.

Em Strahd’s Possession a nossa equipa parte atrás de um grupo de ladrões que roubaram um objecto ao Lord Delth, por artes mágicas e de enredo somos magicamente transportados para Barovia, território de Lord Strahd Von Zarovich, onde os dois personagens originais criados pelo jogador podem juntar-se a mais dois (em estilo típico de RPG) para explorar o território sombrio. E sim, a criação dos personagens era feita através de uma cartomante que lançava as cartas com os atributos e nós escolhíamos, um gimmick interessante e diferente do habitual.

ravenlof 2

Strahd’s Possession foi seguido por Stone Prophet, desta vez Lord Delth envia os seus dois emissários a Har’Akir um país de inspiração egípcia devastado por uma maldição ou outra coisa qualquer. Aqui passamos dos vampiros para as múmias, e o jogo passa-se de modo muito semelhante ao primeiro.

Curiosamente, mas também por destoar um pouco com o universo habitual da Wizards of the West Coast, os direitos de Ravenloft foram vendidos à White Wolf (provavelmente para combinar com o universo Masquerade onde estariam muito mais em casa, mas não faço ideia se chegaram a ser utilizados).

Revenloft 1

E assim é fechada a aula de hoje caríssimos, qualquer dúvida digam, façam os trabalhos de casa e até para a semana.