Já todos conhecemos os mais variados settings e demais contextos nos quais uma campanha de um qualquer tabletop RPG pode decorrer, seja Idade Média, o presente na sua mais absoluta normalidade ou dimensões futuristas. Nelas damos por nós a realizar toda uma série de actos heróicos (ou não) e amealhando uma respeitável reputação com o tempo, mas enquanto que é relativamente fácil ser conhecido pelas nossas próprias capacidades destrutivas, porque não tornar as coisas mais interessantes e optar por uma abordagem mais pacífica? Pode ser algo numa vertente mais diplomática como alternativa à vida típica e cheia de perigos que um aventureiro normalmente leva, ou mesmo algo ainda dentro dos seus conformes, apenas com algumas diferenças. Afinal de contas, o pacifismo não impede que os típicos confrontos tenham lugar (a não ser que seja levado ao extremo). Simplesmente, em vez de se eviscerar o oponente, este é deixado inconsciente, ora para posterior interrogação ou para o levar às autoridades competentes (ou ambas).

É algo que pode fazer sentido em grupos mais específicos, mas nada impede que um dos jogadores tenha uma personagem com valores morais de tal maneira gravados em pedra que se recusa a decidir se algo ou alguém merece ou não morrer. E quem sabe, talvez eles se venham a cruzar com alguém com essa mesma perspectiva, deixando-os pelo menos pensativos quanto às suas futuras acções (ou não). Imaginemos um Paladin com um sentimento de justiça preso à ideia de que a verdadeira punição está no cumprimento de penas de prisão ou outros tipos castigo, pois ninguém é digno de condenar quem quer que seja à morte; ou um Monk cujos extensos anos de treino lhe incutiram a ideia de que toda a vida deve ser valorizada e que ninguém merece morrer às mãos de ninguém.

O mundo (e todos aqueles que ele pode conter) já é perigoso e violento o suficiente. Talvez a inclusão do seu exacto oposto seja o necessário para que se caminhe na direcção correcta… ou será isto demasiado?