No artigo da semana passada falámos na implementação de paz ou de alternativas mais pacíficas nas nossas campanhas. Contudo, a pergunta ficou no ar: e o oposto? Como e onde é que entram guerras e demais conflitos de grandes proporções no mundo de tabletop RPGs? Simples, como tudo o resto, com planeamento.
Uma guerra não surge só porque sim. É necessário um conflito de interesses, que pode tanto ser disputa por terras e riquezas como resposta a uma grande ofensa como a morte de um membro da família real. E claro está que isto não vai acontecer de um dia para noite. Irão haver tentativas prévias, espiões irão ser (re)movidos e acordos irão ou não tentar ser estabelecidos.
Quando se percebe que não haverá forma de escapar a uma guerra, terá então que se ter o cuidado de procurar e manter alianças. A boa velha história do one man army é fixe, mas, para todos os efeitos, os números podem (e irão) fazer a diferença. Seguir-se-á a busca de informação não só dos aliados da oposição mas também da oposição propriamente dita. Procurar saber os seus pontos fortes e fracos será uma grande ajuda no momento de decidir a abordagem a tomar.
Recolhida toda a informação, resta planear como tudo vai decorrer. Quantos homens temos à disposição em relação ao inimigo? Como é que vão estar distribuídos no campo de batalha? Temos acesso a algum ponto de vantagem e/ou a algum sítio onde possamos esconder parte do nosso exército para flanquearmos as tropas inimigas? Depois podemos tratar da moral, de ver como é que as tropas estão e como se sentem. Aqui podem ser proferidos discursos inspiradores, recorrer a outras actividades de fraternização para quebrar o gelo e, se magia estiver envolvida, usá-la para dar aos soldados uma vantagem extra.
Com todas as peças a postos, resta agora saber como é que tudo vai acabar. Será que toda a informação foi recolhida? Será que o inimigo não tem nenhum trunfo na manga? Será que temos as tropas certas para o tipo de terreno onde tudo irá ter lugar? Será que as tropas estão motivadas e prontas para combater? Só há uma forma de descobrir: pega no teu equipamento, monta o teu cavalo e lidera os teus homens!
Uma boa forma de saber mais sobre como este tipo de eventos tem lugar é através do livro A Arte da Guerra por Sun Tzu. Há muito que se pode tirar daqui e tudo elementos que permitem tornar toda a dinâmica mais realista.
A guerra na sua génese pode não mudar, mas o mesmo não precisa de ser dito sobre nós.