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A tempo do lançamento do jogo De-Void, conversámos um pouco com Baris Tarimcioglu, developer do estúdio Pulsetense Games.

1 –  Depois de Solarix, podemos afirmar que o habitat natural da Pulsetense Games é o jogo de exploração na primeira pessoa?

Acredito que a perspectiva na primeira pessoa é apenas uma descrição de locomoção. Define como queres “movimentar” o jogador num espaço especifico para que ele experiencie o jogo. Dessa forma, pode mudar de acordo com a narrativa, o setting, a atmosfera ou como tu queres definir a jogabilidade. Claro, vai sempre existir liberdade de exploração nos nossos jogos mas maioritariamente queríamos contar histórias apelativas. Nós já fizemos dois jogos que partilham o mesmo universo e lore e apercebemo-nos que apenas escavamos a superfície. No final de De-Void esperamos que estejas satisfeito com a “experiencia de jogo conduzida pela narrativa” contudo também temos a certeza que vão existir algumas questões sem resposta, que é intencional. Quem sabe se um terceiro jogo vai sair de um mundo ficcional tão prolífico! Enquanto existir ficção vão existir motivos para o jogador explorar.

Algumas historias podem caber melhor numa perspectiva diferente de “primeira pessoa”. Só queremos contar histórias que são justificadas pela jogabilidade, senão estaríamos a fazer filmes animados.

Portanto se aparecer uma história “à medida” de um jogo de aventura point & click, não nos poderíamos impedir de o fazer.

2 – Se prestarmos um pouco de atenção ao mercado indie, podemos ver que há vários jogos desse género lançados todos os meses. O que acham que faz De-Void destacar-se?

Totalmente de acordo. Há entre 600 a 700 jogos lançados por mês no Steam. Esperamos que De-Void se destaque pelo seu setting rico e história singular. Não acredito que já tenhas jogado um jogo em que o personagem principal seja uma especialista em recursos humanos que investiga as vidas das pessoas a fundo, onde os ambientes têm todas as estações que um humano possa experienciar. Vais vaguear de desertos com calor infernal a colonizações inundadas ou congeladas com frio.

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3 – Como perguntámos anteriormente, a Pulsetense está a começar a construir uma experiencia profissional nestes jogos guiados por narrativa. Tencionam alterar o ritmo e seguir uma direcção completamente diferente no próximo jogo?

É a primeira vez que estou a revelar isto, agora que De-Void está pronto para lançar, estamos na fase de protótipo do nosso próximo projecto no qual tentamos dar ao jogador uma experiência totalmente cinematográfica. Desta vez terás que interagir com vários personagens que são o “pólos opostos”. Terás grandes dificuldades em decidir em quem confiar e quem está a dizer a verdade porque vais precisar dessa “verdade” para aprender algo sobre ti e a tua viagem. É melhor parar por aqui antes que revele demais.

4 – Ou há planos para o próximo jogo?

Bem, sim há dois! Já revelei um pouco sobre um deles.

5 – Dentro do género de ficção cientifica, quais as maiores inspirações literárias de De-Void?

O nosso escritor Ian McCamant fez um excelente trabalho em De-Void e ficámos muito contentes quando nos apercebemos que partilhávamos do gosto por muitos trabalhos de ficção cientifica como Solaris de Andrey Tarkovsky, 2001 Odisseia no Espaço de Kubrick e o filme Event Horizon assim como jogos como Alien Isolation… claro que pela parte de stealth e de horror. Nós tivemos a nossa quota de horror e stealth em Solarix, desta vez quisemos focar mais na perspectiva narrativa do mesmo universo.

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6 – Estão a pensar no mercado das consolas para um futuro próximo ou vão deixar-se estar nos PC para já?

Se tivéssemos mais fundos disponíveis, adorávamos lançar De-Void para Xbox Onee PS4. Para já temos o Vive VR e estamos a testar alternativas diferentes para ele…

Obrigado pelo vosso tempo, e boa sorte com o lançamento de De-Void.