Quantos de nós não deram umas cotoveladas aos amigos em frente a um computador, há uns 20 anos? Worms Armageddon dava para jogar num teclado à vez, enquanto os nossos amigos conspiravam por um “ups, escapou-me a mão…” e a nossa minhoca rebentava. Tank Maniacs é uma espécie de Worms. Só que com tanques. E vem da Hungria.

Essa sensação de acotovelamento é algo que este jogo me deixou experienciar. Tank Maniacs não funciona por turnos e lança o nosso blindado e mais três para um mapa 2D sob a premissa de Vou Rebentá-los a Todos. O contexto é gritantemente inspirado na iteração mais popular da Team17 e vem apenas com o essencial: uma série de modos de jogo em que tentamos encher o adversário de chumbo. Até o jogo anterior do estúdio se chama Wormster Dash.

Também há o tanque na sua variante OVNI

Tank Maniacs serve, portanto, apenas um propósito: jogar com mais alguém. É engraçado durante duas horas jogar contra o computador, mas não foi para isto que o estúdio húngaro Gamelab pensou o segundo jogo do seu portefólio. Este couch party game procura apenas semear a discórdia fraterna que só umas dúzias de minis poderão alguma vez sarar.

Escolhemos o nosso tanque – todos começam com o mesmo – e avatar – dei preferência ao Rei Batata (que na verdade se assemelha a um excremento) e ao Panado Sombrio (tradução livre de Shadow Nugget) – para entrarmos de para-quedas numa arena à nossa escolha. Das aborrecidas bolas de canhão iniciais passamos para coisas que fazem sentido como um granadeiro ou um morteiro, também arsenal genérico no velhinho Worms, para aparatos mais fora da caixa como o tanque Matrioska ou o Pássaro-Suíno. Tudo isto via contentores que caem do céu sem saber que power-up nos vai calhar, para que a nossa eventual bazófia seja moderada por aquele amigo que de repente ganhou argumentos para rebentar connosco.

“Belas pernas! A que horas posso rebentar com elas?”

A diversão de Tank Maniacs está estritamente ligada ao grau de competitividade e frequência com que nos quisermos juntar com alguém e colocar amizades em risco num sofá ou secretária. Podemos partilhar o mesmo teclado entre dois jogadores, existe modo cooperativo remoto ou podemos ligar um comando (o meu preferido) e jogar. Lá para o final de 2020 a Gamelab afirma que vai lançar o título nas várias consolas domésticas, mas para já contentamo-nos com a versão para PC, Linux ou Mac.

Dado o parágrafo anterior não me resta muito mais para dizer, apenas que o modo single player foi apenas uma desculpa para o Rubber testar Tank Maniacs, que na verdade só faz sentido quando partilhado.