
Andava eu a dizer que esta era a semana dos bullet heaven, quando na realidade também a podia ter apelidado de semana dos anfíbios. É que depois de um jogo extremamente original e tecnicamente polido com um batráquio como protagonista e que poderia ter sido um dos melhores jogos de género, agora encontramos outro jogo extremamente original e tecnicamente polido com um batráquio como protagonista e que poderia ter sido um dos melhores jogos de género.
Desenvolvido pelo estúdio La Grange e publicado pela editora Fireshine Games, Toads of the Bayou é um tactical strategy game que imediatamente nos lembra com Into the Breach, uma comparação que sinto como elogiosa dado o extremo patamar de qualidade do jogo da Subset Games.

A semelhança, como vão perceber, é inegável: uma grelha de combate com um máximo de 10 x 10 quadrados, perspectiva isométrica e pixel art detalhada, tudo envolto num sistema de jogo onde o posicionamento é a chave para o sucesso.
Mas ainda bem que Toads of the Bayou não se contenta em ser apenas uma mera cópia da sua musa inspiradora, muito pelo contrário. Houve um esforço notório em criar-lhe uma identidade própria ao misturar folclore do Louisiana com um elenco de batráquios antropomórficos, adicionando a tudo isso mecânicas de deckbuilding.

Contrariando os clássicos do género que possuem um menu fixo de comandos, as acções disponíveis em Toads of the Bayou são determinadas por cartas, que representam em si mesmo as possibilidades de movimentação e ataque.
Cada turno é um jogo de gestão de recursos, visto que temos um limitado número de pontos de acção disponíveis. E cedo percebemos que o posicionamento é tudo em Toads of the Bayou, já que podemos utilizar o ambiente a nosso favor, seja por empurrarmos os inimigos contra obstáculos ou despoletando colisões entre os adversários para causar dano extra.

Se cada batalha acaba por se transformar num quebra-cabeças dinâmico, onde cada movimento importa, há, porém, um ponto onde Toads of the Bayou me desiludiu, que é na diversidade das missões, ou aliás, a falta dela.
A grande maioria das batalhas andam em torno do mesmo objectivo: eliminar um número específico de inimigos para suceder, e isso torna a experiência repetitiva, especialmente considerando a vastidão de possibilidades estratégicas que o jogo poderia explorar. Poderiam ter sido adicionadas missões com objectivos alternativos, como resgates ou desafios de movimentação, que teriam certamente adicionado uma frescura necessária à campanha.

Toads of the Bayou é um excelente jogo de estratégia táctica, visual e tecnicamente brilhante na sua combinação de deckbuilding com posicionamento táctico que cria combates dinâmicos, abrilhantado pela estética baseada no folclore da Louisiana com animais antropomórficos, que peca apenas na falta de variedade das suas missões.













