
Fui jogar Seeker Quest: The Creature Collector (doravante somente Seeker Quest) porque considerei curiosa a história do seu criador, pois tem o objectivo de lançar 24 jogos em 24 meses, sendo este o primeiro. Para ter este objectivo os jogos teriam de ser forçosamente fracotes, mas do que vi, Seeker Quest está longe disso.
Seeker Quest é um top-down, roguelite shooter em que um dos objectivos é coleccionar monstrinhos adoráveis que usamos para destruir tudo e mais alguma coisa. O processo de os apanhar não é directo, primeiro temos de encontrar ovos de diferentes tipos que chocamos, e são esses que depois nos dão os monstros que usamos para jogar.
Graficamente o estilo é similar a uma banda desenhada que proporciona a clareza possível para o género, não disfarçando a confusão visual que se vai tornando mais frequente consoante os níveis vão ficando mais difíceis, confusão essa minorada pelos efeitos sonoros que nos indicam que algo de mau está a acontecer, embora nem sempre consigamos perceber o quê e como o evitar.

Aliás, muitos dos efeitos sonoros parecem feitos para isso mesmo, dar pistas sonoras para a acção. A música em si é uma batida simples, parecendo feita para simplesmente preencher o vazio, já os efeitos sonoros são bastante úteis, e por uma vez não me irritou a sua repetição. Esta repetição entre todos os personagens torna-se essencial com o tempo.
Em termos de jogabilidade, imaginem um twin-stick shooter, ou The Binding of Isaac o jogo com que o criador por vezes compara Seeker Quest, mas sem a parte de usar os dois analógicos do comando, já que os nossos monstrinhos têm um raio de acção limitado, e quando um inimigo entra nesse raio de acção, automaticamente surge a opção de disparar e lhe acertar, sem que consigamos escolher quem queremos atingir se mais que um inimigo entrar nele.
O número de disparos que podemos fazer de cada vez é limitado e vai regenerando com o tempo ou consoante formos apanhando loot relevante que os inimigos ou aliados deixam cair. Temos também uma habilidade que podemos usar, mas ou não percebemos bem a sua utilidade, não percebemos se está a ser usada mediante um temporizador, ou simplesmente disparar é mais útil, pelo que a releguei para segundo plano. Admito que posso não ter percebido bem a forma como as usar e o problema ser meu.

Acredito também que o sistema de progressão possa estar a interferir com essa percepção. Durante cada nível vamos apanhando loot que posteriormente podemos usar para melhorar cada um dos nossos monstros. Algo que estes podem adquirir são novas habilidades, mas não encontrei qualquer lugar onde as seleccionar, logo durante os níveis não sei qual delas está a ser usada, ou mesmo se serve de algo o monstro ter mais que uma. Também ao aplicarmos estas melhorias podemos seguir duas vias, a de investir mais em 3 monstros, número máximo da nossa party, ou equilibrar a melhoria entre todos. Assim à primeira vista a opção parece favorecer a de apostar em 3, mas cada monstro tem um tipo, alguns mais adequados a enfrentar certo tipo de inimigos, menos adequados a outros e, para além disso, os monstrinhos podem morrer em cada uma das runs, e caso não tenhamos nenhuma orb de ressurreição vamos ficar mancos para as runs seguintes. Mesmo assim, favoreci essa estratégia, pois podia sempre voltar a um nível mais fácil e fazer algum grind, fosse para melhorar outros monstros, fosse para encontrar ou amealhar dinheiro para comprar orbs de ressurreição.

Temos vários níveis para jogar, e embora o jogo se torne algo repetitivo, não é longo e fornece o incentivo de irmos coleccionando diferentes criaturas, mais de 30 no total, que nos vão deixando progredir de forma medianamente entusiasmada.
Já vi jogos bem piores bem mais caros, por 4€ Seeker Quest é uma recomendação bastante fácil de fazer. É divertido de jogar e, embora não tenha inventado nada de particularmente novo, fornece-nos material para nos manter investidos em o concluir. Se todos os outros jogos desta campanha dos 24 jogos em 24 meses forem assim tão bons, esta será um sucesso!













