Todas as aventuras, por mais grandiosas ou épicas, acabam por chegar a um fim. Tal pode ser ditado pelo culminar de todos os eventos que as desencadearam, pelas graves lesões que marcaram e incapacitaram os aventureiros, ou pelo peso da idade que se abateu sobre eles. De qualquer das formas, cabe a estes aventureiros passar o manto para eventuais tempos tumultuosos e aproveitar o resto dos seus dias na reforma.

Por várias razões, os jogadores podem deparar-se com o afastamento das suas personagens, ora porque já não são precisas, como já acima referido, ou até mesmo porque a própria vida pessoal o potencia. Não precisam necessariamente de se remeter ao estatuto de NPC. Pode ser o equivalente a um longo período de downtime, com os jogadores a aprimorar outro tipo de habilidades, a tratar das suas vidas ou, inclusive, a servir de tutores para outros aventureiros (de um ponto de vista mais meta, é uma excelente forma de incluir jogadores que nem sempre têm disponibilidade para jogar).

Caso os jogadores queiram estar presentes, mas sintam que as suas personagens já não precisam ou não procuram uma vida de riscos e de preocupações, podem limitar-se a acompanhar os jogadores numa jornada. Podem partilhar o que sabem, o que adquiriram em contactos anteriores e guiá-los com isso (se quisermos que estes jogadores “aposentados” sejam antagonistas, podem deturpar as perceções dos iniciados).

Claro está que, o simples guia pode ser mais que isso. Num momento de maior necessidade, quando os jogadores estão diante do chefe da máfia, das hordas de Cthulhu, as maquinações de um elder ou das opressões de um deus renascido, este jogador reformado pode mostrar o que é que anos de experiência lhe concederam.

Estes momentos permitem tanto dar uma continuidade a uma personagem que se afastou, como a deixar um termo mais ou menos certo à sua vida e ao que procurou fazer com ela. Será sempre possível, pegar nas armas e avançar contra uma nova ameaça. Nunca é tarde para procurar uma nova aventura, principalmente quando é ela que parece que nos procura.