Aproveitando o facto de que ainda andamos por águas nipónicas neste Fevereiro bizarro, para vos trazer mais um jogo estranho, mas também ele estranhamente divertido – Azur Lane: Crosswave.

Não sendo a primeira série a fazê-lo, Azur Lane tomou o mundo asiático de assalto com um tremendo sucesso comercial no Japão e na China com um jogo que nos coloca na pele (ou no casco?) de raparigas-anime que são elas mesmas navios de guerra. 

Sim, leram bem, o elenco (exclusivamente feminino) de Azur Lane: Crosswave é constituído por raparigas sensuais que são conhecidos navios de guerra.

Com o meu habitual esforço de fazer tabula rasa a informações sobre os jogos, a minha surpresa com Azur Lane: Crosswave foi gigante ao perceber que aqueles componentes de semi-exoesqueletos são na realidade partes de navios. Percebi-o quando uma das personagens gesticulou com o que percebi ser a pista de aterragem de um porta-aviões a servir de espada.

A história é quase toda contada através de visual novel, e aquilo que começa originalmente como um enredo superficial sobre a tensão entre as 4 facções Eagle Union, Royal Navy, Sakura Empire e Iron Blood, rapidamente assume outra abrangência mais complexa à medida que as personagens vão desvendando o véu das motivações por trás de cada nação. 

Das 29 raparigas-navios de guerra, a grande maioria pertence ao Sakura Empire, e é normal que o foco da história acabe por centrar-se sob esse ponto-de-vista.

Mecanicamente Azur Lane: Crosswave é um third-person shooter naval, em que cada missão, para além de um sistema de rating que define as recompensas que recebemos, leva-nos também a enfrentar drones, navios de guerra e raparigas-navios de guerra. À falta de neologismo de como definir estas raparigas, fica assim com palavras compostas.

O problema da componente de shooting é que é muito, muito superficial. A nossa mira faz lock quase automático aos inimigos, e vai demorar até termos desafios verdadeiros, que não sejam facilmente resolvidos com algum level up ou com uma excelente dose de grind.

Apesar de não conhecer o universo de Azur Lane, que inclui anime e outros jogos de sucesso, sinto que para alguém que nunca mergulhou nas águas algo bizarras da série que Azur Lane: Crosswave é o suficiente para não nos sentirmos à deriva.

E com uma enxurrada de piadas aquáticas que aproveito para me despedir e para vos lembrar que existe mais do que uma série de sucesso na Ásia, com largos milhões de jogadores, que envolve elencos unicamente compostos por raparigas de lingerie que são ao mesmo tempo navios de guerra.

Obrigado, Japão.