Caçada Semanal #242

Um dia pesquisem no Google ou no vosso motor de pesquisa favorito, como o Altavista, pelos desportos mais bizarros do mundo. E acreditem, vão mesmo ficar surpreendidos com o que lá vão ver.

Em esports, ou candidatos a esports, é a mesma coisa. E estes 2 indies provam isso mesmo.

GORSD [PC]

GORSD é um indie competitivo de Singapura cujo conceito é tão simples e tão estranho, que só o acto de o explicar poderia ser elevado a esport. Começando pelo conceito que lhe dá abertura, e no qual, aparentemente, nascemos de um útero-olho, num mundo de desafios criados por uma entidade desconhecida.

Depois desta breve introdução, a maior dúvida que fica é sobre o tipo de estupefacientes consumidos por estes criadores. O que quer que seja, diga-se, está “a bater”.

A jogabilidade inspira-se em Pac-Man, se este habitasse um mundo estranho e ao invés de comer bolas espalhadas pelo labirinto, deixasse um rasto de cor pelo caminho. 

Pintar áreas é conquistá-las, como um animal que urina para demarcar o seu território. Perdoem-me a comparação, mas acho que GORSD não se importa que o faça.

Para além disso o nosso personagem possui uma bala, um único projéctil que tem de voltar a apanhar depois de o atirarmos. 

Com uma campanha que nos vai atirando labirintos e inimigos progressivamente mais difíceis, é a componente competitiva em split screen que poderia elevar GORSD a esport, se vivêssemos num mundo alternativo dentro da mente do David Lynch.

 

ExoCorps [PC]

Por muito que o estúdio Gingerbread sonhe com isso, e apesar da qualidade de ExoCorps, dificilmente este indie TPS competitivo algum dia terá a pujança mediática para poder sequer tangencialmente tocar no domínio do género que outros gigantes têm.

Como argumento que o diferencie de tantos outros TPS com ambiente sci-fi, diria que ExoCorps é possivelmente um dos mais rápidos jogos do género que joguei, por vezes tão rápido que devemos sentir o efeito de um Flash que se distraiu e foi directo contra uma parede.

O nosso exoesqueleto é a estrela da festa. Com um jet pack que torna cada refrega um festival de dog fighting humano, onde andamos pelos céus a alta velocidade a tentar derrubar os nossos adversários com mísseis e lasers. 

Andarmos a esconder-nos pelo cenário e a fazer uso das capacidades de camuflagem do nosso fato torna o combate numa abordagem de gato e rato interessante, que, adicionada ao frenetismo e velocidade do jogo, o tornam um aposta interessante, diferente, e com muita qualidade, e onde nem o Early Access lhe retira o potencial óbvio.