Caçada Semanal #214
Por esta eu não estava à espera: depois de semanas e meses em que as caçadas semanais caiam aos magotes, por alguma razão estamos desde Dezembro passado sem qualquer caçada semanal.
Hoje, dia de Carnaval, é a altura perfeita para regressar às caçadas, desta feita com uma série de jogos que nos lembram… o Halloween.
São 2 indies que trazemos esta semana com ligações ao medo ou ao terror.
WORLD OF HORROR [PC, Switch, PS4]
Chegou a Early Access no passado dia 20 aquela que é a maior homenagem a um dos meus autores favoritos de terror, e possivelmente um dos meus 3 mangakas favoritos: Junji Ito. O pai do manga de terror, autor de séries geniais como Uzumaki e Gyo, tem em WORLD OF HORROR, um jogo em 1-bit desenvolvido pelo estúdio panstasz, que não é mais do que o pseudónimo de um dentista e developer polaco chamado Pawel Kozminski.
Cada um dos cenários desenvolvidos em MS Paint leva-nos a uma experiência de terror narrativa e interactiva como se Ian Livingstone e Steve Jackson tivessem um filho com H. P. Lovecraft.
As nossas escolhas em cada um dos cenários afectam as 3 variáveis disponíveis: Stamina, Reason e DOOM, sendo que no caso desta última, se chegar a 100, um dos deuses antigos é libertado no nosso planeta.
Apesar do nosso equipamento e vida se manterem entre histórias, os personagens agem como se fosse a primeira vez que nos viram, o que alimenta os aspectos roguelite de WORLD OF HORROR.
Com alguns bugs e evidentes faltas de conteúdo, WORLD OF HORROR é uma obra surpreendente vinda de um one-man show, que consegue equilibrar na perfeição elementos de roguelite e de narrative game.
Um jogo com um tom maduro, obrigatório para todos os nostálgicos do terror.
The Donnerwald Experiment [PC]
Lançado há poucos meses em Early Access no Steam, The Donnerwald Experiment, um RPG de fantasia com um tom mais negro, coloca-nos na pele de Johanna Prokuri, uma jovem inventora que desenvolveu uma série de autómatos. Um misterioso acidente fá-la perder a sua criatividade.
Durante esse período de depressão, Johanna conhece uma toupeira chamada Montgomery que lhe surge nos sonhos e que a informa que padece de uma doença mortal chamada Mare Noctem. Avisa-a também que o vazio criativo em que se encontra é apenas um sintoma de uma transformação que a jovem inventora vai passar.
Posta esta introdução amplamente fantasiosa, The Donnerwald Experiment conta com uma ramificação narrativa que nos permite conhecer a história de pontos-de-vista distintos, e uma série de personagens principais com os quais podemos estabelecer tipos diferentes de relação.
O sistema de ataque (e defesa) por turnos funciona com um sistema de QTEs. Acertar um ataque não é garantido, e temos mesmo de seguir as indicações de teclas que surgem no ecrã para podermos ser eficazes. A mesma coisa se passa com os ataques dos adversários.
The Donnerwald Experiment não vai figurar na lista dos melhores RPGs de fantasia, mas é possível que ao preço que se encontra agora (6,59€) o torne uma excelente aposta para todos os fãs de jogos com uma estética nipónica.
