Caçada Semanal #253

Frases que eu repito ad nauseam em todo o lado: Mega Man é a minha série clássica favorita. Se Day of the Tentacle é capaz de ser o meu jogo favorito de sempre, empatado com Super Mario Bros. 3 pela carga emocional que tem para mim, Mega Man é mesmo a minha série retro de eleição, tanto que ainda há 8 anos o meu bolo de aniversário foi em formato da sua sprite em 8 bits.

Os clones de Mega Man são tantos que o próprio Inafune já fez o seu, e bem sabemos o resultado. No entanto, os dois indies desta Caçada são dois clones de Mega Man, de todo o seu universo e spinoffs que a série já criou.

Android Hunter A [PC, Mac, Linux]

As proximidades entre Android Hunter A e Mega Man são tão grandes, que se colocassem um filtro que substituísse todos os vermelhos no jogo por azul, rapidamente imaginaríamos que se tratava de um jogo da Capcom.

Mecanicamente idêntico a Mega Man, com as mesmas capacidades habituais tais como carregar o nosso Mega Buster, desculpem, ou lá o nome que o canhão de mão de A tem neste jogo, para além deste androide ter a capacidade de se segurar automaticamente às pontas das plataformas.

Android Hunter A assume grande parte da movimentação nos diversos ecrãs dos níveis como uma dependência do wall jump de A, e da minha parte, essa é uma boa mudança de tom em relação a Mega Man.

Há uma história ali pelo meio, ainda que ela seja apenas uma justificação para andarmos a jogar um side scrolling platformer com elementos de shooting. 

É inegável que Android Hunter A é um exercício do estúdio DigiPlox para mimetizar o desenvolvimento de um Mega Man. Não chega aos pés de Mega Man 11, um dos últimos que joguei, mas é um sucedâneo para fanáticos do Mega Man, como eu, que aguardam ansiosamente por um novo jogo.

30XX [Switch, PC, Xbox One, PS4]

É praticamente impossível que um fã de Mega Man não esteja à espera de 30XX, a sequela recém-lançada em Early Access do excelente 20XX, de 2017. Ao contrário de Android Hunter A que é um fac-símile de Mega Man, 30XX vai mais longe: trazendo elementos de roguelike para o subgénero de jogos inspirados pelo famoso androide azul.

Mantendo a tónica de hub screen, onde temos 8 níveis que podemos entrar pela ordem que decidimos. Há dois modos distintos: Standard e Mega. Em standard, sempre que morremos, os níveis são regenerados, obrigando-nos a ter uma eficácia superior na ultrapassagem de novos perigos e novas configurações de níveis.

Em Mega Mode o nosso progresso mantém-se, especialmente tudo o que desbloqueámos com as chunks que vamos apanhando em cada run. O que, obviamente, facilita e muito a tarefa de ultrapassar um jogo tão desafiante.

Temos dois personagens jogáveis: Nina, uma óbvia inspiração em Mega Man X, e Ace, inspirado em Mega Man Zero. Podemos jogar com qualquer um deles ou, numa das grandes surpresas que este 30XX, a possibilidade de ultrapassar o jogo em cooperativo, seja local ou online.

30XX tem ainda um modo de edição de níveis com partilha na comunidade, o que vai alargar a experiência de um dos melhores jogos que já joguei que homenageiam o meu idolatrado Mega Man. 

Acho que nem preciso de lembrar o quão obrigatório este 30XX é, seja para fãs de Mega Man, ou de 2D side scrolling shooter platformers: é simplesmente um dos melhores e mais coesos jogos já feitos dentro deste género.